terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Quem for podre que se quebre


Edberto Ticianeli

Quando assumiu a prefeitura de Maceió, em 2005, Cícero Almeida não vacilou em divulgar que herdou um verdadeiro caos da sua antecessora, Kátia Born. Oito anos depois, Rui Palmeira sucede Cícero Almeida e anuncia que herdou uma dívida de R$ 149 milhões e uma situação caótica nas finanças públicas da capital.

Em 2005, Kátia Born negou a existência de tal situação. Em 2013, Cícero Almeida também nega. Sem entrar no mérito das denúncias, pode-se dizer que essa prática — a do discurso da herança maldita — não é nova no jogo político. Como também não há novidade nas negativas de responsabilidade.

Entretanto, no caso do ex-prefeito Cícero Almeida, há um ingrediente novo no discurso de negação de responsabilidade.  “Não sou técnico e era assessorado e respaldado pelo secretariado. Se alguém desviou recursos deve responder na Justiça e no Ministério Público. Quem for podre que se quebre. Não vou responder pelo erro de ninguém, já que nunca mandei que fizessem errado".

Não sei se legalmente é possível que um prefeito não tenha responsabilidade sobre os atos dos seus representantes nas secretarias, mas acredito na possibilidade de que isso venha a acontecer politicamente. Basta que o candidato a prefeito declare no seu programa de governo, registrado no TRE, que, se eleito, vai indicar secretários sem, entretanto, assumir nenhuma responsabilidade pelos seus atos. Isso é honestidade e coerência política. Se vai ser eleito é outra questão.

Outro aspecto que se destaca nas argumentações do ex-prefeito é o de jogar as responsabilidades para os seus antigos assessores. Não acredito que ninguém entre para a história com tamanho ato de grandeza. Essa postura não é a de quem vai construir muitas amizades. Aliás, a única manifestação de solidariedade recebida por Almeida, após as denúncias de Rui Palmeira, foi a do deputado federal João Lira (PSD), afinal, quem for podre que se quebre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu acredito em papai noel. A responsabilidade, seja ela qual for é de quem indica.cabe ao governante a manutenção da ordem e da disciplina do seus comandados. afinal o eleito é o GOVERNANTE e não os secretários. Pra mim desculpas esfarrapadas.É claro que o Jl seja o único. Pq será??